“Nessa nova vida já não há diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita, escravo e livre, mas Cristo é tudo e está em todos.” Colossenses 3.11 (NVI)
Quando estudamos o Novo Testamento de um modo mais aprofundado, percebemos a grande influência de três povos desde os tempos de Jesus: Judeus, Gregos e Romanos.
Esses povos participavam ativamente no cenário político, religioso, social e cultural na época do 1º Século da Era Cristã. Estamos aqui tratando de povos relevantes, com características bem definidas e que possuíam grandes diferenças entre si.
Os Romanos eram a liderança política da época. O Império Romano é considerado o maior e mais poderoso governo em termos de história ocidental. Uma instituição muito bem organizada e estruturada que governou grande parte do mundo durante cinco séculos. Ser romano ía muito além do fato de ter nascido na capital do Império; tratava-se de um estilo de vida, uma maneira própria de ver o mundo, honrar a família e conquistar seus ideais.
Os Gregos são, inquestionavelmente, o povo mais relevante em termos de cultura. A realidade é que o mundo, incluindo os romanos e judeus, foi profundamente influenciado pelos gregos em vários aspectos como língua, ciência, artes plásticas, religião e filosofia.
Os Judeus formam o povo escolhido por Deus. Sua origem pode ser conhecida no livro de Gênesis, capítulo 12, quando Deus propõe um plano a Abrão: abandonar sua terra, parentela e a casa do pai para desfrutar de um caminho de descobertas e relacionamento íntimo com Ele mesmo. A partir de Abraão, Deus separa um povo para si com o propósito de representá-lo na terra e ser canal de benção para todas as famílias. Desde então, a história dos Judeus é estabelecida a partir de um relacionamento íntimo com o Deus Criador.
Hebreus 1.1 nos diz que Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras aos judeus (pelos patriarcas, profetas, juízes, reis e sacerdotes) e um dos ensinamentos mais profundos era sobre eles viverem de maneira completamente diferente dos demais povos da terra, pois assim desfrutariam das bençãos, paz, proteção e promessas divinas.
Eles não eram como os demais povos. Eram um povo santo, escolhido, separado para um propósito específico e precisavam viver à altura dessa realidade, por isso carregavam no corpo a marca dessa aliança com Deus: a circuncisão! Foram ensinados por Deus a adorá-lo como Deus Único e Verdadeiro, afastando-se de toda forma de idolatria (adoração a falsos deuses) e imoralidade.
O auge da revelação de Deus aos judeus é a promessa sobre a vinda do Messias que traria salvação e paz, estabelecendo um reino eterno de justiça e equidade. Essa promessa se cumpre no Novo Testamento com o nascimento de Jesus, relatado nos Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João).
Jesus era um judeu e vivia na região da Palestina (hoje Estado de Israel), sob a dominação do Império Romano, em uma sociedade altamente influenciada pela cultura grega. Como um judeu, Jesus obedecia às leis de Deus, frequentava o Templo, conhecia profundamente o Antigo Testamento e pagava impostos a Roma.
Sendo o Messias, Jesus veio estabelecer o Reino dos Céus, expressar o Pai com exatidão e salvar a humanidade da fúria do pecado.
Ressalto que Jesus era um judeu, mas não se entregou para salvar apenas o seu povo. A Bíblia nos afirma em João 3.16 que Jesus se deu para que todos sejam salvos. Isso porque os planos de Deus não mudaram; Ele sempre desejou alcançar todos os povos da terra e proclamou essa verdade desde Abraão.
Agora tudo mudou, pois João 1.11-12 nos afirma que todos os que creem no sacrifício de Jesus são feitos filhos de Deus. Ou seja, Jesus veio dar origem a uma nova família: a Igreja! Nessa família, todos são bem vindos, independente de sua origem, raça, nação ou passado.
Em Cristo, circuncisão e incircuncisão perdem valor; Gregos, judeus e romanos são feitos um, pois todos estavam mortos em pecados, foram resgatados e receberam a salvação mediante a fé (Rm 10.12).
A Igreja é apresentada como uma unidade perfeita em 1 Coríntios 12.12-13. Aqui Ela é comparada ao corpo humano, que é um organismo vivo formado por muitos membros diferentes entre si. Essa é a sua essência e realidade que perdura até os dias atuais sem alteração independente de épocas e gerações.
Com isso aprendemos que em Cristo, todos somos um: gregos, judeus, romanos, brasileiros… Ele nos fez livres, novas criaturas e filhos de Deus. Nossa cidadania é a dos céus, pois todos nascemos da água e do Espírito.
Já não há mais distinções ou separações que suportem a unidade da Igreja de Jesus!
Em Cristo,
Vanessa Lemos
Professora do ST Carisma Rio.