PARA O QUE FUI CHAMADO?


“[…] que nos salvou e nos chamou com uma santa vocação, não em virtude das nossas obras, mas por causa da sua própria determinação e graça.” 2 Timóteo 1.9a (NVI)

Quando falamos sobre chamado, existe uma pergunta que sempre vem em nossa mente, que muitas vezes até nos gera uma certa crise de identidade: “Para o que fui chamado?”

A primeira coisa que precisamos entender é a diferença entre chamado e vocação. Chamado aponta para nossa identidade em Deus, enquanto a vocação para aquilo que iremos fazer para Ele, com base em nossa identidade.

A palavra chamar, no grego, vem da expressão: “Kaleo” (chamar em alta voz, chamar pelo nome), assim entendemos que quando Deus nos chama é exatamente pelo que somos e não pelo que temos ou fazemos. Aqui parece-nos melhor pensar na chamada eficaz de Deus, que nos torna aquilo que somos em Cristo e que revela nossa identidade.

Então compreendemos que: Tudo que Deus chama, é para estabelecer identidade. Jesus só começa seu ministério ao ouvir do Pai em seu batismo: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado” (Mt. 3.17). É exatamente assim, primeiro precisamos ouvir do Pai nossa identidade, somos filhos e filhas de Deus, e isso é o que basta! Ele não nos chama pelo nosso ministério, ou pelo nosso cargo, mas pelo nosso nome, por quem nós realmente somos.

Quando Jesus entra na casa de Marta e Maria (Lc. 10.38-42), a Bíblia é bem clara em dizer que enquanto Maria para seus afazeres para ouvir Jesus, Marta permaneceu cumprindo as tarefas de casa, seu costume diário, e ela se incomoda com a posição de Maria. Ali percebemos que o serviço de Marta estava com a motivação errada, pelo simples fato dela se incomodar com a posição de sua irmã. Com isso, precisamos entender que tudo o que “fazemos” para Deus pode ser ativismo ministerial, uma vida agitada, e isso nunca nos trará senso de propósito ou satisfação enquanto não pararmos primeiramente para ouvir Jesus.

Marta optou pelo serviço. Maria pela comunhão. Antes de querer entrar no ministério para serviço, entre no chamado para comunhão!

Maria entendeu que independente do que ela poderia fazer, primeiramente precisava sentar para ouvir Jesus, e depois levantar para cumprir aquilo que Deus tinha preparado para sua vida. Não podemos ser como Marta, perdidos no que fazemos e sempre incomodados com a posição dos outros. Devemos ser como Maria, priorizar ouvir a Deus para que depois nosso serviço para Ele seja excelente. E isso só compreendemos dentro do ambiente de identidade, em nosso chamado para intimidade com nosso Deus.

“Quando ouviram isso, os seus corações ficaram aflitos, e eles perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: “Irmãos, que faremos?” Atos 2.37 (NVI)

Quanto mais recebemos a Palavra e compreendemos acerca de nosso ministério, nossa forma de servir se torna muito mais profunda, e quanto mais profundidade mais firmeza existe em nossa vida. Gerar senso de propósito faz o serviço ser mais intenso.

O que é senso de propósito? É algo vital para nossa vida cristã, porque nosso propósito revela nosso objetivo, as nossas metas, porém isso só será despertado quando pararmos para ouvir Jesus. Então o senso de propósito passa a ser o fato de termos uma vida despertada para cumprir uma missão, fazer aquilo que queima e arde em nosso coração.

Ouvir a Deus estabelece relacionamento. E o senso de propósito só é revelado quando ouvimos a Palavra, pois intimidade gera identidade, e identidade gera propósito.

PESSOAS SEM PROPÓSITO REVELAM A ESCASSEZ DA PALAVRA!

O ministério não é o propósito principal da nossa vida espiritual, Deus é o propósito principal de toda a nossa vida! Não fomos criados para fazermos algo, mas sim para estarmos nEle, para conhecê-Lo. Para isso você foi chamado!

Espero que esta mensagem edifique a sua vida, e você se encontre em Deus.

Um grande abraço.

Yan Freitas
Professor do ST Carisma Rio.