FAÇA O QUE EU FAÇO


“Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” 1 Coríntios 11.1 (ARA)

Você já ouviu a seguinte expressão: “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”? Infelizmente essa é uma frase bastante usada, mas que contradiz o princípio da ética cristã. Ela não pode orientar o viver da nova criatura.

Nosso caráter é visto no esforço que temos de fazer para realizar aquilo que é certo mesmo quando não o queremos. O caráter é revelado naquilo que realizamos quando ninguém está olhando.

Em 1 Coríntios 11.1 o apóstolo Paulo declara: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo”. A palavra “imitador” no sentido original refere-se ao compromisso de ser discípulo, ou seja, todo aquele que vive segundo o exemplo supremo de Cristo deve ser igualmente seguido.

E no relato descrito na primeira carta de Pedro capítulo 2 versículo 21, o apóstolo declarou: “Portanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos,”

Nem todo mundo se vê como um exemplo, ou como dizem: “a Bíblia que o mundo lê”, mas se fizermos uma análise séria do cristianismo chegaremos à conclusão de que existe uma profunda ligação entre aquilo que cremos e nossas ações.

Jesus compara “quem ouve estas minhas palavras e as pratica, é como o homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha” (Mt 7.24). Mas aquele que separa as palavras que ouve de seus atos é um homem insensato.

A consciência daquilo que Ele primeiro fez por nós é a fonte de nossa motivação para vivermos uma vida que corresponda a isso. Nesse caso, o apóstolo Paulo pôde declarar com autoridade: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.”

O caráter e o comportamento do cristão nunca devem estar abaixo dos altos padrões morais e éticos do Evangelho. E essa postura não é exclusiva aos líderes, mas também para todo cristão.

A prática da ética sempre envolve, portanto, mais do que um caráter irrepreensível. Ele é essencial, sem a menor sombra de dúvida, mas uma vida moral não consiste apenas em sermos pessoas boas ou expressarmos nosso caráter na sociedade. Além da saudável integridade do ser, é preciso que se tenha um método coerente para viver.

Ao caráter e suas virtudes, é necessário acrescentar a conduta e seus valores: as perspectivas, as obrigações e os anseios que direcionam o cristão para as escolhas certas.

Nas Escrituras vemos o exemplo de Samuel que foi capaz de permanecer perante toda a congregação se expondo em termos de ética, mas sendo achado inculpável (1 Sm 12.1-4). Com o profeta Daniel não foi diferente, pois as pessoas não podiam achar nenhuma falta ou acusação a seu respeito, porque ele era fiel; não havia qualquer erro ou falha que pudesse ser vista nele (Dn 6.1-4).

Vale ressaltar que a integridade é algo intencional. Não acontece de modo automático, é importante se esforçar para sermos pessoas íntegras na vida em sociedade. Muito mais do que mostrar uma direção a seguir, o desejo de Deus é que sejamos influenciados pela personalidade de Seu Espírito. Assim, o fruto do Espírito nada mais é do que o caráter de Deus e a Sua unção fluindo em nós.

Conscientes dessa verdade, podemos expressar em nossa jornada de fé uma vida de caráter, integridade e ética cristã. Podendo assim dizer: Faça o que eu digo e faça o que eu faço; “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.”

Um grande abraço!

Jorge Rocha
Professor do ST Carisma Rio.