PASSANDO O BASTÃO


“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” Marcos 16.15 (ARA)

1908 em Londres, essa foi a data da primeira prova em revezamento nos jogos olímpicos. Mais tarde em 1912, nos jogos de Estocolmo, a prova de revezamento 4×100 absorveu a configuração atual e consolidada.

O revezamento é uma das poucas provas coletivas do atletismo. Isso a faz ser completamente diferente de todas as outras do esporte. Força, concentração, estratégia e entrosamento se fazem necessário para o sucesso do trabalho em equipe.

E por qual razão estamos falando sobre isso? Porque essa prova tem como característica principal, o cuidado na passagem do bastão. Ele, o bastão, é o símbolo da prova, onde todos os corredores o passam de mão em mão, em uma sincronia que precisa ser perfeita.

Usando como exemplo a prova de revezamento, podemos dizer que estamos hoje em uma corrida. Mas não em uma corrida humana, como no atletismo. Mas sim na corrida do propósito eterno.

Em Marcos 16.15 vemos que ao findar de Seu ministério terreno, Jesus deu um comando aos discípulos: Ide, vão, eu envio vocês. Jesus passou o bastão para a continuidade da corrida. Mas passou para quem? Talvez respondamos de forma imediata que para os discípulos, mas na realidade Ele passou o bastão para a Igreja.

Você já parou para pensar que o bastão agora está conosco? Que agora nós estamos na corrida? Quando olhamos para o passado podemos ver quantos grandes homens e mulheres de Deus correram essa corrida. Quantos doaram a sua vida para tocar a geração seguinte e passar o bastão.

Agora, Deus está contanto conosco, com a nossa geração, para continuar levando as Boas Novas ao mundo, anunciando Jesus a todos os povos e nações. Mas como em uma prova de revezamento precisamos de: FORÇA, CONCENTRAÇÃO, ESTRATÉGIA e ENTROSAMENTO.

Quando passarmos por dias difíceis, diante de situação de pressão, mesmo nos sentindo fracos, precisamos lembrar que a nossa FORÇA vem do Senhor. Deus é infinitamente mais poderoso do que qualquer homem. A última frase de 2 Crônicas 20.6 diz: “Na tua mão, estão a força e o poder, e não há quem te possa resistir”. A nossa força é limitada, mas não há quem possa resistir à força e ao poder de Deus.

O inimigo enviará meios para tirar a nossa concentração, tentar levar-nos a mudar o foco. Precisamos lembrar o que diz a Palavra de Deus: “Aplica à disciplina o teu coração, e os teus ouvidos às palavras do conhecimento.” (Pv 23.12)

A disciplina do verso, no entanto, não é aquela que nos é aplicada por alguém superior a nós mesmos, a quem devamos algum tipo de respeito e deferência. Não. Por certo que essa é também uma disciplina válida, mas não é disso, especificamente, que se fala aqui. Fala-se em a própria pessoa aplicar a si mesma a necessária disciplina, ou seja, a autodisciplina.

Cada um de nós carrega consigo, no coração, toda sorte de impulsos, inclinações, vontades, pensamentos, compulsões, e isso é absolutamente normal, o anormal é deixar-se levar por isso, sem nada fazer.

Muitas vezes, de forma consciente, temos de lutar contra nossa própria vontade, tanto para nos preservar, como para honrar a Deus Pai. Precisamos manter o foco e a CONCENTRAÇÃO na corrida que nos foi proposta.

É interessante que toda equipe tem um técnico, que vai traçar a ESTRATÉGIA correta para o time conseguir alcançar seu objetivo. Ele, o técnico, usa toda a sua inteligência para elaborar o melhor caminho. Agora veja uma coisa, mesmo com toda a inteligência humana e todo o desenvolvimento tecnológico, ainda não foi desenvolvido nada que possa contar as estrelas que existem no céu, e a Bíblia diz que Deus sabe e chama cada uma pelo nome. Esse Deus Poderoso, a quem ninguém supera em inteligência, é o Deus que nos guia em meio às adversidades e nos conduz a vitória.

Em Provérbios 21.31 diz: “Os homens aprontam os cavalos para a batalha, mas quem dá a vitória é Deus, o Senhor.” Precisamos confiar sempre nas estratégias de Deus para alcançarmos a vitória.

Como uma boa equipe, necessitamos de ENTROSAMENTO, de estar em harmonia e em concordância. Um dos sinais da atuação do Espírito Santo na Igreja Primitiva era a comunhão entre os seus membros. Mais que oferecer parte ou o todo dos bens que possuíam, os cristãos mantinham-se unidos por um vínculo comum: eles pertenciam ao corpo de Cristo – a Igreja de Deus.

A comunhão faz da Igreja um organismo espiritual perfeito, de homens e mulheres que, apesar de suas procedências étnicas e diversidades culturais, sentem-se e agem como irmãos. Somente seremos reconhecidos como filhos de Deus se cuidarmos uns dos outros e mutuamente nos socorrermos.

A comunhão observada na Igreja de Cristo não é um mero fenômeno social. É o resultado da ação direta do Espírito Santo na vida daqueles que recebem a Jesus como seu único e suficiente Salvador, conforme o apóstolo Paulo diz em Efésios 2.19: “Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus;”

É uma comunhão, aliás, que ultrapassa ao ajuntamento da congregação dos filhos de Israel que, nos momentos de crise, reuniam-se como se fossem um só homem, como vemos nas Escrituras (ver Juízes 20.1). Hoje, a Igreja permanece unida no Espírito Santo e assim estará para todo o sempre.

Então lembre-se, nós estamos com o bastão na mão. Chegou a nossa vez!!

Grande Abraço,

Alex Cordeiro
Professor do ST Carisma Rio.